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Valetas Fundas

A vida é amarga e doce. E com a profunda vivência desses dois estádios, acabamos por perceber que nem tudo é como um dia sonhámos. Mas o nunca não existe; resta o tempo. Para ignorar, curar, crescer! E viver.

Valetas Fundas

A vida é amarga e doce. E com a profunda vivência desses dois estádios, acabamos por perceber que nem tudo é como um dia sonhámos. Mas o nunca não existe; resta o tempo. Para ignorar, curar, crescer! E viver.

Chronos

Bárbara Celta, 26.09.21

Chronos sabe ler, escrever e contar. Honra lhe seja feita!                                               

Deseja um futuro em que duas almas e dois corpos se completem - mergulhar no infinito. Ou então, a alternativa - sem apelo nem agravo - é um percurso solitário.               

É sangue, osso, pele, sentimento, cansado de monólogos que adoraria ver transformados em diálogos. Plenos de vida, pujantes e construtivos.

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Tal como Chronos - da mitologia grega - o mais novo titã do tempo, que destronou Urano (Deus do Céu) e lhe ocupou o lugar, surgiu, sei lá!, no príncipio dos tempos - que se querem renovados -, formado por si mesmo e referindo-se ao tempo cronológico, ou sequencial, que pode ser medido, associado ao movimento linear das coisas terrenas, com um princípio e um fim. 
É um ser intangível. Ainda assim, uniu-se à inevitabilidade. E numa espiral, circundando o ovo primogénito, separou-o. Separação da qual resultaram o Universo ordenado, de coordenadas: a alma profunda e o olhar estrelado.
Representa as características mais devastadoras do tempo que, por norma, de tudo é corrosivo. Em termos concretos: convida à refelexão sobre como o futuro consome o passado, bem como a geração mais nova apaga inexoravelmente a anterior.

Assim - quiçá para não se deixar ultrapassar sem luta - (o nosso) Chronos não perde as suas caminhadas, a comtemplação e aspiração do mar, a literatura. A escrita. A sensação de mastigar o dia com prazer. O ar fresco e perfumado da manhã. Pensar... amar os astros... o milagre da vida... Aspirar o vento. O prazer dum belo copo de vinho. Enfim, tudo a que tem direito um ser livre e bem formado.

Não obstante, era este mesmo Chronos que, sem hesitar, perguntava a meio da caminhada: "afinal, Íris, quem reclama 'liberdade absoluta', estará disposto a prescindir dela em prol de uma vida em comum? Não creio!!"

Mas, então, porquê? Como se pode conceber que duas pessoas sem liberdade sejam felizes? Seguramente o nosso conceito de "liberdade" não coincide.

- A liberdade absoluta, leva ao distanciamento. Se bem que em mecânica quântica o caminho mais perto entre dois pontos seja uma curva.

Engano seu, Chronos! Não percebo de "mecânica quântica", mas percebo de "curvas"... sociais e económicas! (Físico-naturais, também!) E a liberdade absoluta, conjugada, nunca levaria ao "distanciamento", mas sim a um pico de felicidade

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- Será? Caos, acaso, necessidade, padrões, teoria das cordas, levarão a uma teoria de Tudo? E será uma transcrição de genes para a alma?

Tanto quanto isso, não sei! Não sou (muito) de "teorias" e menos de "padrões". Ou melhor, tenho as minhas e os meus. Teorias e padrões. E quando falo de "liberdade conjugada", quero dizer que cada um terá naturalmente a sua; que, vivendo juntos, terão necessariamente de conjugar/coordenar a fim de evitar esse tal "distanciamento".
Adivinho que quando falo de "liberdade absoluta", esteja a pensar que me refiro a essa tão badalada "relação aberta"... Pode crer no entanto que nem a "mecânica quântica" o salvaria neste particular - relações amorosas, comigo só funcionam sendo bem, mas muito bem, "fechadas"! À parte isso - portas e janelas, gavetas e gavetões... - tudo aberto!! Gosto de entrar e sair, abrir e fechar, quando me apetece, necessito ou me dá na real gana; e, por maioria de razão, que os outros procedam de igual forma. Falo, sim, de espaço! De não ofuscamento mútuo.
Ah, apetecia-me dizer-lhe outras coisas, mas já me excedi... gostaria, contudo, de saber como aplica essa tal "teoria das cordas" à "liberdade absoluta"? É que fiquei cá a matutar... e nada... (eufemisticamente falando, diria que sou um "bocado lerda" de compreensão e raciocínio...). Para além de que em de liberdade se tratando - e no limite, ou talvez nem tanto - nada é absoluto, naturalmente - a minha liberdade implica necessariamente o respeito pela liberdade alheia.

Ah! E fez-se luz... talvez aqui, sim, ainda que remotamente, se encaixe a dita teoria (das cordas).

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